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A história da Mesopotâmia.

As primeiras civilizações que se tem conhecimento surgiram entre os rios Tigre e Eufrates. Atualmente, esses rios abrangem o território da Turquia, da Síria e do Iraque e desaguam, por fim, no Golfo Pérsico. A região entre esses rios era chamada de Mesopotâmia (terra entre rios) pelos gregos. 
Os seres humanos que viveram nessa época nessa região construíram recursos hídricos para maior utilização dos recursos que a natureza oferecia. Eram estes: barragens e canais para represar e distribuir a água para lugares mais secos do que o normal e sistemas de drenagem para os campos mais alagados. Essas ferramentas quando instaladas ajudaram na agricultura e na criação de animais, no crescimento da população e no surgimento das primeiras aldeias.
Cerca de 3000 a.C., as cidades eram muito importantes. Inicialmente eram independentes e cada uma delas tinha um sacerdote que governava no seu próprio templo, administrando e mantendo-as em ordem. Posteriormente as coisas mudaram e à medida que as tarefas administrativas começaram a ficar mais complicadas, os sacerdotes deixaram de ser os governantes  das cidades e passou a existir um centro administrativo nos palácios, estes eram governados por um rei. A sua função era entre outras coisas: manter rotas comerciais, organizar exércitos, coordenar execução de obras como canais, diques e reservatórios.
As cidades da Mesopotâmia eram independentes, ou seja, cada uma tinha um rei, um palácio e suas próprias leis. Por causa desses fatores elas eram chamadas de Cidades-Estado. No início essa divisão era muito boa, mas com o passar do tempo foi se tornando prejudicial para as próprias cidades, pois mesmo independentes estabeleciam trocas comercias, acordos políticos e alianças temporárias, o que fez que as disputas por terras e rotas comerciais aumentassem consideravelmente, as rivalidades entre os povos se tornarem mais acentuadas, além de as guerras de conquista ocorrerem mais frequentemente.


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Imagem que representa a Mesopotâmia.
" A área entre os rios Tigre e Eufrates é conhecida como Mesopotâmia"

Os primeiros povos da Mesopotâmia foram os Sumérios, que viveram entre 3.500 a.C e 2.500 a.C no local. É provável que eles tenham sido o primeiro dos povos a construir canais e outras tecnologias para a melhor utilização da água do rios. Eles foram muito inteligentes em criar outras invenções muito importantes para a história, como a agricultura, a escrita cuneiforme (forma de cunha), o arado e a roda. Inicialmente a escrita cuneiforme era usada somente para atividades contábeis como registrar o comércio, controle de estoque, arrecadação de impostos, etc... Com o passar dos anos ela foi aprimorada e começou a ser também nas cartas, poemas, declarações reais e na elaboração de contratos.
Seu líder era um rei, que para eles era chamado de Patesi.

Escrita típica da suméria (cuneiforme)
Os acadianos foram os segundos povos a dominar a região. Em cerca de 2.500 a.C o domínio das Cidades-Estado sumerianas entrou em declínio. Sargão, de origem semita e funcionário real da cidade suméria Kish assumiu o trono da cidade se autodenominando Sargão I. Comandando exércitos, Sargão I disputou e guerreou pelo território de uma cidade no centro-sul da Mesopotâmia, essa se chamava Acad. Ele acabou ganhando e conquistando a Cidade-Estado Acad, onde formou a capital de seu império e por causa do nome da cidade o lugar ficou conhecido como império acádio.
Os acádios adotaram alguns costumes da cultura sumeriana, desenvolvendo a cultura sumério-acadiana. Um dos vários costumes adotados foi a escrita cuneiforme. Aprimoraram também os estudos astronômicos, desenvolvendo um calendário lunar, dividido em doze meses, cada um com semanas de sete dias em cada.
Sargão I faleceu por volta de 2220 a.C, e o império acádio entrou em declínio e acabou não resistindo as invasões feitas por estrangeiros. Mesmo assim, a figura de Sargão I serviu como modelo para outros reis de outros grandes impérios.

Imagem relacionada
Representação da cabeça de um soberano acádio.
Em Nínive Niníve, 2300-2200 a.C.
Está no museu do Iraque, em Bagdá
Em seguida, por volta de 1.900 a.C, o povo que habitou o lugar foram os babilônios, que fizeram que a cidade da Babilônia se tornasse a sede do primeiro império babilônico. A maior época de desenvolvimento desse império aconteceu durante o governo de um grande rei, Hamurábi. Esse rei conquistou diversos territórios e unificou grande parte da Mesopotâmia. Ficou muito conhecido também por propiciar ao seu reino a construção de reservatórios de água e canais de irrigação, que posteriormente viria a trazer um grande desenvolvimento na agricultura. 
Ele organizou um grande conjunto de regras, muito completas, chamado Código de Hamurábi. Nele havia leis que estabeleciam regras de melhor convivência para a vida familiar, as relações no trabalho, as trocas comerciais, crimes, entre outras coisas.
Depois do falecimento de Hamurábi, seus sucessores tiveram muitas dificuldades em manter o império organizado e em condições estáveis, por causa desses motivos, no início do século XVI a.C, a Babilônia começou a ser conquistada por um povo vindo da Ásia Menor. 

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Código Hamurábi.
Museu do Louvre, Paris.
Esse povo vindo da Ásia Menor eram os assírios, que se fortaleceram primeiro no norte da Mesopotâmia, na cidade-estado de Assur, para depois expandir seus domínios sobre outras cidades-estado. Os assírios tinham elementos indispensáveis para guerras, como uma grande e poderosa cavalaria, além de diversos e potentes carros de combate. A defesa em momentos difíceis ficava a cargo da infantaria, composta por arqueiros e lanceiros inteligentes e bem treinados. Você já deve ter ouvido falar que as campanhas militares dos assírios são muito conhecidas pela violência empregada contra os inimigos e pelo roubo em suas cidades e riquezas.
Infelizmente, os assírios estenderam muito seus domínios sobre a Mesopotâmia, do Egito até o Golfo Pérsico, e acabaram não conseguindo controlar as revoltas, que aconteciam em toda a parte. Então, no final do século VII a.C., a região foi conquistada novamente, desta vez pelos Caldeus.

Imagem que representa os arqueiros e lanceiros assírios.
Os Caldeus eram de origem semita e habitavam a região da Caldeia, localizada no sul da Mesopotâmia. Depois que derrubaram o império assírio, os caldeus lutaram bravamente e conquistaram toda a Mesopotâmia. Com os caldeus no comando, o Império Babilônico renasceu e por essa razão o Império Caldeu até hoje é conhecido como o Novo Império Babilônico.
Um grande rei que é lembrado até hoje pelos seus feitos como a reconstrução e o embelezamento da Babilônia, reerguimento de palácios e templos, evolução do lugar para importantes centros comerciais e outros diversos fatos foi o rei Nabucodonossor II. Foi o rei que mais se destacou naquele período.
Esse império infelizmente não durou muito também, pois depois da morte do rei começaram disputas pelo trono entre os próprios sucessores, essas atitudes acabaram enfraquecendo muito o império, que foi conquistado pelos persas em 539 a.C.

Imagem de Nabucodonossor II.
Daí em diante a história segue por centenas e centenas de anos, até chegar atualmente, mas vamos conhecer um pouco da economia da Mesopotâmia agora.
A principal base de sua economia era a agricultura e seus produtos mais cultivados eram o linho, a lentilha, o trigo, o gergelim e a cevada. Em algumas áreas menores os camponeses chegavam até a produzir legumes e hortaliças.
Os rios Tigre e Eufrates também eram utilizados para pesca e criação de animais. Criavam animais como ovelhas para produção de lã, cabras e vacas para obtenção de leite e derivados e mulas e bois para o transporte e tração dos arados nos campos.
A Mesopotâmia era uma região escassa de recursos naturais, por isso  para obterem materiais como madeira, metais e pedras preciosas precisavam negociar com outros povos. 
Mas como a moeda ainda não tinha sido criada eles utilizavam um sistema de troca, onde trocavam seus produtos agrícolas e artesanais por outros artigos que obtinham fora. Quando as cidades e o comércio começaram a crescer esses materiais começaram a serem trocados por peças de metais como pagamento. Os rios eram importantes também para a utilização desse sistema, pois serviam de via para a circulação de pessoas e mercadorias. O transporte, quando feito por terra, era através de animais.
É importante saber também que a população era dividida entre dois grupos sociais, o dos escravos e o das pessoas livres.
O grupo dos escravos constituía a minoria, eram prisioneiros de guerra ou pessoas que já haviam sido livres, porém se venderam ou foram vendidas para pagar algo, como empréstimos que não tinham dinheiro na época. A maioria deles vivia no meio urbano.
O grupo de pessoas livres era a maioria nas cidades da Mesopotâmia. Porém entre si mesmos havia uma grande distinção social, que dependiam exclusivamente da origem familiar, do ofício que exerciam e da região em que moravam. Viviam ou nas áreas rurais ou nas áreas urbanas.
A vida das pessoas que viviam nos campos era dedicada à agricultura, à criação de gado e ao artesanato. As pessoas de famílias mais pobres, que não tinham suas próprias terras, prestavam serviços como vaqueiros, carroceiros e pastores para as famílias em períodos de maior trabalho. Em certas áreas da Mesopotâmia, algumas famílias formaram grandes propriedades ocupadas por rebanhos e pomares e acabaram se destacando socialmente e conquistando muitas riquezas.
Uma parte da quantia do que era produzido nos campos destinava-se ao pagamento de impostos a palácios e templos. Outra parte dessa quantia era negociada entre famílias de diferentes aldeias e até mesmo de outras cidades. Essas trocas possibilitavam uma grande diversificação de produtos consumidos.
Já a vida das pessoas que viviam nas cidades era destinada a arrecadação de impostos, coordenação de construções de obras de irrigações, organização de exércitos e abastecimento de templos e palácios. Tudo isso exigia uma grande quantidade de profissionais, como artesãos, ferreiros, escribas, médicos, solados e outras diversas profissões. É importante ressaltar que as mulheres também estavam presentes nesses feitos.
As trocas que eram feitas com povos vizinhos acabou levando ao surgimento de homens de negócios que emprestavam dinheiro a juros.
Eles eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses. Seus deuses eram semelhantes aos seres humanos, com a exceção de que eles eram imortais e poderosos. Os templos construídos representavam os próprios deuses e eram dirigidos por sacerdotes. Eram lugares de cultos e cerimônias religiosas, onde os sacerdotes dirigiam rituais de sacrifício de animais, práticas mágicas e oferendas aos deuses.
Na Mesopotâmia religião, política e ciência estavam ligadas, portanto os templos também serviam de centros de ensinamentos de pesquisa e ensino, onde a escrita e a astronomia se desenvolveram consideravelmente.



FONTE:


  • LIVRO ARARIBÁ PLUS, HISTÓRIA 6º ANO. EDITORA MODERNA.

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