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Império Bizantino

Capital (Constantinopla):

O Império Bizantino era extenso e abrigava povos de diversas culturas e línguas, porém tinha o grego como língua oficial. Sua capital, tinha uma posição geográfica bem privelegiada:

  • Entrada do Mar Negro;
  • Entre a Europa e a Ásia era passagem obrigatória de importantes rotas comerciais que ligavam o Oriente ao Ocidente;
  • Sua fama era devida ao intenso comércio;
  • Conhecida como "Porta do Oriente";
  • Ponto de encontro de pessoas e mercadorias;
  • O Comércio gerava grandes lucros.
Política Bizantina

Como a maioria das coisas, a política bizantina era fortemente ligada a religião. O imperador era considerado o representante de Deus na Terra. Era a maior autoridade nos assuntos terrenos (guerra e administração) e nos religiosos. Para os bizantinos a autoridade do Imperador era derivada de Deus, por isso o Império Bizantino era considerado uma teocracia. 
Era o imperador quem escolhia o patriarca (cargo mais alto na Igreja Bizantina). Este, por outro lado, aconselhava o imperador, auxiliava-o a governar e, depois dele, erao homem mais importante e poderoso do império.

Governo de Justiniano: 

O governo de Justiniano e de sua esposa Teodora marcou a história do Império Bizantino. Ele durou 38 anos, entre 527 e 565.
Como governantes, eles se empenharam em reconquistar as terras perdidas e, então, acabaram empreendendo várias campanhas militares. Através de tais eventos conquistaram parte do norte da África, o sul da Espanha e a Península Itálica. Porém essas conquistas custaram muito dinheiro e para cobrir gastos e a manutenção dos novos territórios os impostos foram aumentados, causando descontentamento e revolta na população.

Revolta de Niké e o início do Direito Romano:

Milhares de pessoas iam ao hipódromo, aos domingos, assistir às corridas de bigas e quadrigas. No segundo domingo de 532, o hipódromo estava lotado: de um lado se encontravam os verdes e de outro os azuis. Justiniano e sua esposa, Teodora, estavam presentes e se encontravam do lado azul. 
No intervalo de uma corrida e outra, os cidadãos que estavam torcendo para o lado verde aproveitaram-se da situação para reclamar e manifestarem sua opinião contra os impostos elevados e o abuso de autoridade dos funcionários do governo. Para a surpresa de Justiniano e Teodora, os cidadãos que estavam torcendo para o lado azul aderiram à manifestação.
A população marchou sobre o palácio imperial aos gritos de "niké! niké!", que traduzindo para o português significa "vitória!vitória!". Assim surgiu o nome de tal revolta.
Vendo-se amaeçado, Justiniano e Teodora reuniram todo o tesouro real e fugiram. Posteriormente, foi aconselhado por sua esposa Teodora e voltou atrás, ordenando uma violenta repressão. Com tal acontecimento fez milhares de mortos e, finalmente, pôs fim à revolta.
A violência, porém, não foi o único recurso utilizado por Justiniano. Ele procurou dar ao seu governo uma base legal. Para tanto, encarregou juristas de reunir e atualizar as principais leis romanas. Essa extensa obra possibilitou-nos o conhecimento do Direito Romano, o Corpus Juris Civilis, também chamado de Código Justiniano.

Religiosidade Bizantina:

Os bizantinos, como já destacado anteriormente, eram fortemente cristãos, e até mesmo suas festas oficiais tinham caráter religioso.
  • As pessoas comemoravam dois aniversários, o dia em que nasceu e o dia do santo cujo nome a pessoa adotou;
  • Quem faltasse a missa por três domingos seguidos era expulso da igreja;
  • Os monges eram os principais fabricantes de ícones (imagens que representavam o interesse religioso) e enriqueciam vendendo-os. 
Guerra Civil, Leão III e Irene:

Movido por razões políticas e religiosas, em 726, o imperador bizantino Leão III proibiu o culto aos ícones em todo o Império, e mandou destruí-los. Os populares reagiram de maneuira violenta e começaram a atacar o governo, em grupos liderados por monges e pessoas interessadas em derrubar o império.
O Imperador resistiu e tal conflito acabou desembocando em uma guerra civil, até que, em 843, a Imperatriz Irene devolveu aos populares o direito de culto às imagens.

Cisma do Oriente: 

Os bizantinos seguiram caminho próprio com o tempo, na questão de religiosidade. Suas missas começaram a ser em grego, os rituais estavam ligados aos sentimentos e eles não acreditavam em purgatório. Assim surgiram mais diferenças entre o papa e o patriarca. 
O patriarca considerava-se o dirigente supremo e rejeitava a autoridade do papa, enquanto este não abria mão de seu poder.
Em 1054 a Igeja Cristã dividiu-se em duas: Igreja Apostólica Romana (papa) e Igreja Cristã Ortodoxa Grega (patriarca).
Esse cristianismo, chamado de ortodoxo, foi se expandindo junto com as fronteiras do Império. Enquanto os bizantinos ampliavam suas conquistas, conseguiram evangelizar e converter povos esclavos (ex.: russos, húngaros) ao cristianismo.

Referências: 

Livro: História - Sociedade e Cidadania - 6º Ano. Capítulo 14. Páginas 281-287

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